terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tortura na Síria

Guerra Civil: direitos humanos violados.



O conflito interno que está acontecendo desde 2011 na Síria, começou, pois uma parte da população síria desejava a saída de Bashar Al-Assad, um ditador que está à frente do país há mais de dez anos, quando recebeu o cargo de seu pai, Hafez Al- Assad, que comandou o país por trinta anos. Esse conflito foi influenciado por outros protestos que aconteceram no mundo Árabe, a chamada Primavera Árabe.

No começo eram manifestações populares por mudanças de governo, porém avançaram para uma grande revolta armada. O conflito deixou de ser apenas político. O governo reagiu as manifestações, usando o exército, e os opositores também armaram-se, o enfrentando. Tanto o governo quanto os grupos rebeldes foram autores dessa violência que se instaurou no país há mais de dois anos e faz da população civil a grande vítima.

O confronto já deixou milhares de mortos, feridos, desabrigados. Crimes de guerra e contra a humanidade vem sendo praticados pelos dois lados, o governo tem sido o maior acusado de denúncias por massacre de civis, mas os opositores também são acusados de crimes de guerra.

A Human Rights Watch, organização de direitos humanos, denunciou através de um relatório chamado "Arquipélago de tortura”, onde detalha detenções arbitrárias, a rotina de medo e torturas, desaparecimentos forçados em prisões clandestinas da Síria desde março de 2011. 

O documento baseia-se em mais de 200 entrevistas realizadas por ele com ex-prisioneiros desde o início das manifestações contra o governo na Síria.  E identificou 27 centros de tortura, os métodos mais usados para extrair confissões e informações das vítimas, as agências, os dirigentes dos centros de detenção que são comandados pelo serviço secreto da Síria e autoridades responsáveis pelos abusos.

Incluem-se também mapas localizando os centros de detenção, contas de vídeo de ex-prisioneiros e esboços de técnicas de tortura descritos por inúmeras pessoas que testemunharam ou experimentaram as torturas. No documento também estão presentes o uso indiscriminado  de  desaparecimentos forçados, prisões arbitrárias e tortura de crianças.

De acordo com esses depoimentos, estão entre os métodos de tortura mais utilizados: choques elétricos, abuso sexual (de mulheres e homens), espancamentos, chicotadas, privação de sono, golpes nas solas dos pés até sangrar, para que não possam andar. Muitos disseram que presenciaram pessoas morrendo sob tortura.

A maioria das vítimas é composta por homens entre os 18 e os 35 anos, mas existem também mulheres, crianças e idosos. A maior parte das torturas ocorreram nas instalações dos departamentos de Informações Militares, de direção da Segurança Política e nas direções-gerais de Informações e da Força Aérea da Síria, conhecidas como MUKHABARAT.

Um menino de 13 anos relatou como foi torturado por três dias em um centro militar perto de TalKalakh, no oeste do país, próximo à fronteira com o Líbano. "Eles me deram choques no estômago durante o interrogatório e eu desmaiei", disse. "Quando me interrogaram pela segunda vez, me bateram e me deram mais choques. Na terceira vez, usaram um alicate para tirar minhas unhas."

Uma entrevista chocante com um ex-detento e torturado na Síria, retirada do site IG mostra bem tudo que já foi dito anteriormente.

A organização pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que envie ao Tribunal Penal Internacional (TPI) uma denúncia contra a Síria e que adote sanções contra os responsáveis pelos abusos. Eles pediram ainda que o presidente Sírio, Bashar Al Assad, seja responsabilizado por crimes contra a humanidade.


Referências:

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